sábado, 19 de maio de 2018

Eu ando chorando, toda noite.

Eu me vejo no escuro, enquanto uma lágrima escorre, e é minha alma escorrendo pela minha bochecha.

Eu ando me odiando, todas as noite.

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Andava cansada,
Cansada da vida e de como ela se desenhava da janela da casa
Do metrô, do ônibus, das quatro conduções que ela diariamente pegava.

Andava exausta,
Exausta para sorrir e levantar a cabeça,
suas certezas já não eram tão certas
e seus olhos já não a deixavam ficar desperta.

Andava triste,
Como um homem que sem rumo já desistiu da vida.

Seus sonhos não são mais tão coloridos,
Suas chaves já não abrem mais portas,
Seu rosto já não é mais o seu.

Andava,
Só andava.

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Deixe-se ir
Não deixe que a falta de luz te apague

Seja o rio em si mesmo
Carregue barcos em suas costas, mas não deixe que eles te afundem

Seja seu fim
Mas não se prenda a outros esperando que estes lhe deem os meios

Assuma seu risco
E não abaixe sua cabeça perante seus erros

Sinta-se ar
Livre-se de respirações razas

Cure-se
O antídoto do seu veneno é você.

Deixe-se ir
Não deixe que a falta de luz te apague

Seja o rio em si mesmo
Carregue barcos em suas costas, mas não deixe que eles te afundem

Seja seu fim
Mas não se prenda a outros esperando que estes lhe deem os meios

Assuma seu risco
E não abaixe sua cabeça perante seus erros

Sinta-se ar
Livre-se de respirações razas

Cure-se
O antídoto do seu veneno é você.

sábado, 31 de março de 2018

Você viu?

E quem me viu? Subir a ladeira com um taxo na cabeça, pra ganhar a vida?
E quem me viu? Achando que era alegria, com a carta assinada, dando minha alforria?
E quem me viu desempregada? com meus 4 filhos, nessa patria amada?
E quem me viu? Levar 10 chibatadas, em forma de palavras: "lá vem a macaca?"
E quem me viu? Subir e descer o morro,  das 4 as 22 na cada da madame?
Foi você que viu? Meu filho ser morto, lá naquele beco, confundido com um traficante.

Deixe-me
E não me prenda
Que eu não sou de confiança,
Que eu não sou de tua posse.

Solte-me
E não me sufoque
Não me espere,
Deixe que eu me afogue.

Liberte-me
E não se surpreenda
Que eu não lhe fiz promessas,
Que eu não sou produto,
Eu não estou a venda.

É pedir demais para que vá embora?

Sua voz me persegue, suas marcas estão sobre minha pele e eu as observo todos os dias no espelho.
Quero arrancar seus dedos imaginários nojentos de mim, te exorcizar dos meus sonhos, gritar e pedir ajuda como nunca pedi.
Os beijos molhados já se foram faz anos, mas as marcas da mordida continuam em mim.
Minha pele já cicatrizou faz tempo, mas minha alma ainda sangra toda vez que passo na rua, no horário e no dia errado.
Quero te arrancar da mente como arrancaste minha pele com os lábios.
Não preciso me sentir suja assim, mas eu me sinto.

Te sinto ainda, e ando sentindo muitas coisas.

Eis que o ser humano, em seu ímpeto de ser social inventa a comunicação verbal.
Quisera eu viver na época desta genialidade, a teria impedido
Não que eu não goste de ouvir a sonoridade das músicas de Caetano, ou que não curta ouvir doces palavras saindo das bocas dos declamadores.
Entretanto prefiriria evitar as palavras cruzadas, os verbos cortantes, as metáforas dos sentimentos; tais palavras doem, rasgam, te tiram do eixo.
São nas bocas dos homens certos armas mortais, e na dos homens errados mera falácia. Ter dom da oratória pode até ser mortal, assim se conta a história.
Vamos subistituir as palavras ditas, pelos toques feitos, por olhos nos olhos, pontas dos dedos.
Seus tapas me ferem, mas se curam,
suas palavras me rasgam, e eu luto pra me recolar.

Na linha do tempo da vida, tu fostes o meu único amor
Não que eu tivesse muito tempo antes, para dar-te comparativos.
Não que eu quisesse antes, te encaixar nos versos de um livro.
Logo eu que tão pouco vivi, dentro dos meus 20 e poucos anos.

Na linha do tempo da vida, tu fostes minha última visão,
Não que eu tivesse tempo antes, de ver outras coisas.
Não que eu quissesse antes, ter visto outras coisas.
Logo eu que vi tão pouco, dentro dos meus 20 e poucos anos.

Buscar

Vivemos buscando,
Buscando amor,
Buscando felicidade,
Buscando contentamento,
Buscando conselhos,

Buscando um calor,
Buscando intimidade,
Buscando sentimentos,
Buscando espelhos,

Nascemos buscando vida,
E ao longo da vida,
buscando escapar da morte

Buscando alguém que nos entenda,
Buscando uma liberdade,
Ultimamente andamos buscando,

matar a saudade.

quarta-feira, 28 de março de 2018

Esquecimento

Esquecimento: "ato, processo ou efeito de esquecer;" vide google.
Inspiraçao para poetas de amor, contado inumeras vezes pelas mais diversas vozes.
É deixar que uma parte de si se esvaia para o vazio do infinito, livre e solto como um pássaro que busca uma nova casa para te levar em suas asas.
É deixar para trás mudanças, não necessariamente boas, e degcepções nem sempre ruins.
O eterno lembrar te prende, te afoga.
Esquecimento: deixar.
Acompanhado de uma certa dor de saudade.
É preciso.

sábado, 3 de março de 2018

Na noite passada,
eu chorei até não poder mais
Eu deixei que as lágrimas molhassem meu rosto e escorregassem pelo travesseiro,
tal qual uma gota que cai da torneira e orvalha a bancada da pia
Na noite passada,
eu tive vontade de arrancar minha pele com as unhas,
costurar meus lábios e afogar meu grito silencioso
de vazio, de solidão.
Na noite passada,
eu não fiz meu ritual
não coloquei minha máscara,
nem fiz questão de enxugar meus olhos.
Abdiquei do meu sorriso e me abri para tristeza só por dois ou três dias.
Na noite passada,
decidi não me importar com os meus olhos inchados na sexta feira de manhã,
ou com o mau humor continuo,
ou vontade de não levantar nunca mais.
Na noite passada,
eu me dei o direito de permanecer triste,
só por uma vez